Produção de etanol deve crescer 3,8% no Centro-Oeste
Crescimento é justificado pelo cenário de competitividade da gasolina em relação ao etanol hidratado.
A produção de açúcar na região Centro-Oeste deve cair 2,8% nesta safra 2022/23, enquanto a de etanol conta com perspectiva de crescimento de 3,8%. A competividade entre a gasolina e o etanol hidratado é considerada o principal fator para tal resultado.
Os números constam no relatório “Aliança Agroeconômica”, que envolve Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) nesta segunda-feira (24). Eles possuem como base os dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab).
A produção de cana-de-açúcar no Centro-Oeste deve crescer 2,2% nesta safra 2022/23, que está em reta final, mesmo havendo um recuo de 1,2% na área semeada, diante o avanço de outras culturas. O resultado na produção, conforme dados da Conab, é decorrente ao incremento de 3,5% na produtividade.
Relação açúcar x etanol
A Conab projeta em termos de produção de açúcar retração de 2,8%. A queda de 15,5% na produção no estado do Mato Grosso do Sul, segundo maior produtor da região Centro-Oeste, é destacada como a principal justificativa, mesmo havendo perspectiva de uma produção maior para Goiás em 2,6 milhões de toneladas (+3%) e de 486,2 mil toneladas (+7,7%) em Mato Grosso.
Outra justificativa para o recuo na produção de açúcar, apontado pelo relatório da Aliança Agroeconômica, é o aumento na competitividade entre a gasolina e o etanol hidratado, após o governo federal ter assinado no final de julho de 2022 o decreto limitando o ICMS dos combustíveis e zerando a alíquota federal da gasolina e do etanol. As projeções apontam alta de 3,5% na produção total de etanol no Centro-Oeste.
“Visto que a alíquota incidente sobre a gasolina é maior, o decreto favoreceu a fabricação de etanol anidro para ser usado na mistura na gasolina. Com isso é estimado que a produção de etanol anidro na safra 2022/23 apresente crescimento de 10,3% e produção de 2,39 bilhões de litros no Centro-Oeste”, pontua o relatório.
O relatório “Aliança Agroeconômica” faz parte da Aliança Agroeconômica do Centro-Oeste formada em 2018, a partir de uma cooperação técnica entre a CNA, Famasul, Imea e Ifag.